O julgamento estava marcado para começar às 8h, mas teve um atraso de cerca de duas horas. No primeiro momento, a defesa de Charles Adamo Jesus de Araújo contestou provas apresentadas pela família da vítima, Ludmila Aragão Campos.

A juíza analisou o pedido dos advogados do réu por uma hora e decidiu não acatar. Com isso, todas as provas anexadas no processo foram validadas.

O corpo de Ludmila foi encontrado dentro do automóvel dela, no dia 28 de janeiro de 2020, às margens da BR-110. A vítima tinha desaparecido um dia antes.

Na ocasião, a casa dela também foi incendiada, na localidade de Aratuba, na Ilha de Itaparica, também na região metropolitana de Salvador e a 90 km de São Sebastião do Passé.

Ludmila tinha acabado de se mudar de Salvador para a Ilha de Itaparica com o objetivo de realizar o sonho de ter um restaurante.

As investigações conduzidas pela 24ª Delegacia Territorial de Vera Cruz, responsável pela área de Itaparica, concluíram que o namorado da vítima seria o autor do crime. Foi apurado que Ludmila vivia em um relacionamento abusivo e temia romper com o agressor.

De acordo com a família da vítima, Ludmila Campos já havia sido ameaçada de morte pelo companheiro. O casal tinha se conhecido há cerca de sete meses.

Os familiares de Ludmila Campos relataram ainda que Charles Adamo fazia chamadas de vídeo para saber a localização da namorada e, depois que conseguia falar com ela, questionava se ela estava acompanhada de outro homem.

Charles Adamo Jesus ficou foragido por 1 ano e 7 meses. Ele foi preso no dia 10 de agosto de 2021, depois que foi achado pela polícia na cidade de Juazeiro, a quase 460 km de São Sebastião do Passé, município onde o corpo da vítima foi encontrado carbonizado.