Operação da Polícia Federal prendeu 15 pessoas em seis estados do país na manhã desta quinta-feira. Grupo é suspeito de atuar na prática de crimes violentos, assaltos a caminhões, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.



A organização criminosa, que foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) de Campinas (SP) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), na manhã desta quinta-feira (17), por suspeita de atuar na prática de crimes violentos, assaltos a caminhões, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, tinha como especialidade o roubo de carga de defensivos agrícolas.

A informação foi confirmada pelo delegado chefe da Polícia Federal em Campinas, Edson Geraldo de Souza. Defensivos agrícolas são produtos utilizados no combate a elementos, como insetos, plantas e pragas, que são prejudiciais à agricultura.

👉 Mas por que a atuação da quadrilha era essa? De acordo com o delegado, seis empresas - sendo três de fachada - também são investigadas por participar do esquema e duas delas, que ficam em Minas Gerais, são deste ramo e eram as responsáveis por pela distribuição do produto roubado.

Carga de defensivos agrícolas foi apreendida durante operação da Polícia Federal nesta quinta — Foto: Divulgação/Polícia Federal

Carga de defensivos agrícolas foi apreendida durante operação da Polícia Federal nesta quinta — Foto: Divulgação/Polícia Federal

Segundo a Polícia Federal, o grupo movimentou R$ 380 milhões, valor que foi bloqueado pela Justiça também no âmbito da operação desta quinta-feira. Uma das maiores preocupações da quadrilha, segundo a investigação, era "esconder" o dinheiro do crime através de lavagem de dinheiro, como compra de carros e relógios.

No total, foram 19 mandados de prisão expedidos, sendo que 15 pessoas estão presas e quatro homens permanecem foragidos. Além disso, a Justiça autorizou 21 mandados de busca e apreensão contra pessoas físicas e empresas em seis estados do Brasil: São Paulo, Minas Gerais, Sergipe, Bahia, Pernambuco e Alagoas.

O material apreendido, como dinheiro em espécie, cartões bancários, oito carros, defensivos agrícolas, armas, munições, além de relógios, celulares e correntes, todos que aparentam ser de ouro, será encaminhado para a sede da Polícia Federal em Campinas.

Polícia Federal apreendeu armas e munições em operação contra roubo de cargas — Foto: Divulgação/Polícia Federal

Polícia Federal apreendeu armas e munições em operação contra roubo de cargas — Foto: Divulgação/Polícia Federal

Como começou e como funcionava?

Segundo a PF, a investigação começou em 2022 depois que a corporação descobriu que o líder de uma organização criminosa especializada em roubo de cargas, e suspeito de homicídios em Sergipe e em Ribeirão Preto, morava em um condomínio de luxo em Campinas.

Depois de diligências e investigações, a Polícia Federal localizou e prendeu, no dia 24 de junho de 2022, o líder da quadrilha, o qual tinha um mandado de prisão preventiva expedido por roubo de carga de defensivos agrícolas em Presidente Venceslau (SP).

Ele usava identidades falsas e mudava de endereço constantemente para não ser localizado. No caso do homicídio de Ribeirão Preto, a vítima foi assassinada na frente da esposa e da filha. Apesar do mandado de prisão expedido por conta da operação desta quinta-feira, o homem já estava preso.

Celular apreendido em operação da Polícia Federal de Campinas — Foto: Divulgação/Polícia Federal

Celular apreendido em operação da Polícia Federal de Campinas — Foto: Divulgação/Polícia Federal

À época da prisão, a polícia apreendeu, na casa dele, um cartão de banco com nome falso utilizado por outro integrante da organização criminosa; um jammer (bloqueador de sinal de comunicação usado em roubo de cargas), notebook; aparelhos celulares; documentos e veículos.

Por conta do que foi apreendido, a PF iniciou uma uma investigação sobre a quadrilha que ele liderava e identificou dois núcleos:

  • 1º Núcleo: crimes violentos, como homicídios e roubos de cargas e instituições financeiras, principalmente na região de Campinas
  • 2º Núcleo: tráfico de drogas, receptação e lavagem de capitais.

Relógios de ouro foram apreendidos em operação da Polícia Federal — Foto: Divulgação/Polícia Federal

Relógios de ouro foram apreendidos em operação da Polícia Federal — Foto: Divulgação/Polícia Federal

De acordo com a Polícia Federal, a organização criminosa movimentou, por meio de empresas de fachada, identidades falsas, laranjas e movimentações financeiras fracionadas, "centenas de milhões de reais" para ocultar os ganhos com diversos crimes.

A operação recebeu o nome de "Ladinos" em referência à capacidade dos investigados no desenvolvimento de um complexo sistema para ocultar os rendimentos gerados pelas práticas criminosas. A investigação é conduzida pelo grupo especializado de repressão a roubos de carga da PF de Campinas e do Gaeco.

Locais dos mandados

Polícia Federal cumpre mandados em operação contra crimes violentos e lavagem de dinheiro — Foto: Divulgação/Polícia Federal

Polícia Federal cumpre mandados em operação contra crimes violentos e lavagem de dinheiro — Foto: Divulgação/Polícia Federal







Fonte: g1