No dia anterior, a moeda norte-americana caiu 0,59%, cotada em R$ 5,6245. Já o principal índice de ações da bolsa teve recuo de 0,40%, aos 126.979 pontos.



Cédulas de dólar — Foto: Pexels

Cédulas de dólar — Foto: Pexels

O dólar opera em alta nesta terça-feira (30), com os mercados globais operando com pouca volatilidade, enquanto investidores aguardam novas decisões sobre as taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos.

Hoje começa a reunião dos comitês de política monetária nos dois países e amanhã serão divulgadas as novas taxas. A projeção, no entanto, é que os bancos centrais dos dois países mantenham seus juros inalteradas.

No entanto, há expectativa sobre os comunicados que serão divulgados após as reuniões, que devem indicar quais os próximos passos dos bancos centrais.

No Brasil, no entanto, o mercado fica de olho, também, na questão fiscal. Investidores aguardam notícias sobre de onde o governo vai cortar R$ 15 bilhões em gastos.

Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em queda.

    Dólar

    Às 12h50, o dólar subia 0,44%, cotado a R$ 5,6502. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,6627. Veja mais cotações.

    Nesta segunda-feira (29), a moeda norte-americana teve queda de 0,59%, cotada em R$ 5,6245.

    Com o resultado, acumulou:

    • queda de 0,59% na semana;
    • ganho de 0,65% no mês;
    • alta de 15,91% no ano.

    Ibovespa

    No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,59%, aos 126.208 pontos.

    Na véspera, o índice fechou em queda de 0,40%, aos 126.979 pontos.

    Com o resultado, o Ibovespa acumulou:

    • queda de 0,40% na semana;
    • ganhos de 2,48% no mês;
    • perdas de 5,37% no ano.



      00:00/01:22

      Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair

      O que está mexendo com os mercados?

      Em uma semana recheada de indicadores e notícias que podem movimentar os mercados, a principal expectativas dos investidores neste pregão continua com a Superquarta, quando os bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos devem anunciar suas decisões de juros.

      Por aqui, a expectativa do mercado é que o Copom mantenha a taxa básica de juros (Selic) inalterada mais uma vez, em 10,5% ao ano.

      O destaque, porém, ficará com o comunicado do comitê, divulgado após a reunião. Investidores querem ver mais detalhes sobre quais foram os pontos de atenção do Copom na análise e o que deve estar no radar nos próximos meses e possa ser determinante para o futuro dos juros no país.

      Em entrevista à agência de notícias Reuters na última sexta-feira, o secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirmou que as taxas de juros no país estão muito acima do considerado neutro para a economia, mas reiterou que o ambiente não melhorou significativamente desde a última reunião do Copom, em junho.

      "O que o Copom decidiu na última reunião era que diante dessas incertezas crescentes — que evidentemente geram também desancoragem das expectativas domésticas e que têm afetado o preço de alguns ativos, como por exemplo a taxa de câmbio — ele preferiu interromper e aguardar, manter essa taxa de juros", disse Mello à Reuters.

      "O que eu observo é que esse conjunto de incertezas ainda existe", acrescentou.

      Entre as principais preocupações do mercado com a economia brasileira, bale destacar a questão fiscal. Ontem, o Banco Central do Brasil informou que as contas do setor público consolidado apresentaram um déficit (despesas maiores que receitas) primário de R$ 43,4 bilhões no primeiro semestre deste ano, mais do que o dobro registrado em igual período de 2023.

      Em meados de julho, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um bloqueio de R$ 11,2 bilhões no Orçamento de 2024. Além disso, anunciou também um contingenciamento de R$ 3,8 bilhões, totalizando R$ 15 bilhões.

      Segundo Haddad, as medidas são necessárias para cumprir a regra de gastos do governo prevista no arcabouço fiscal. De maneira geral, o arcabouço determina que despesas só podem crescer em uma certa proporção das receitas.

      Há expectativa por saber quais setores e ministérios devem ser afetados com as medidas e o mercado ainda especula se novos cortes virão pela frente.

      Na noite do último domingo (28), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um pronunciamento em rede nacional, apresentando um balanço das ações de seu governo, que completou um ano e meio. Durante seu discurso, Lula afirmou que não vai abrir mão da responsabilidade fiscal.

      "Entre as muitas lições de vida que recebi de minha mãe, dona Lindu, aprendi a não gastar mais do que ganho. É essa responsabilidade que está nos permitindo ajudar a população do Rio Grande do Sul com recursos federais. Aprovamos uma reforma tributária que vai descomplicar a economia e reduzir o preço dos alimentos e produtos essenciais, inclusive a carne", afirmou o presidente.

      Além do cenário interno, o foco nos juros também está no ambiente internacional, em meio às expectativas pelas decisões de política monetária dos bancos centrais do Japão, do Reino Unido e, principalmente, dos Estados Unidos.

      Em relação ao Fed, a estimativa dos analistas é que, após os sinais de arrefecimento da inflação norte-americana em junho, o BC dos EUA finalmente indique estar pronto para dar início ao corte de juros na reunião de setembro.

      Na agenda, uma série de indicadores de emprego e atividade são esperados para esta semana, além de vários balanços corporativos de empresas sediadas no Brasil e no exterior.

      *Com informações da agência de notícias Reuters.






      Fonte: g1