Com preços acessíveis e farta culinária regional, as ilhas do Combu, Cotijuba, Mosqueiro e Outeiro oferecem praias de água doce, igarapés e uma amostra autêntica da vida ribeirinha.



Ilhas que cercam Belém: água doce em meio à floresta amazônica para refrescar os visitantes no verão — Foto: Divulgação

Ilhas que cercam Belém: água doce em meio à floresta amazônica para refrescar os visitantes no verão — Foto: Divulgação

O verão amazônico em Belém e suas ilhas são refúgios durante os meses mais quentes, com temperaturas que podem chegar a 39º. O g1 fez uma lista de destinos insulares que combinam a serenidade das águas com a exuberância da floresta a um passo do centro urbano da capital do Pará.

Com preços acessíveis e farta culinária regional, as ilhas do Combu, Cotijuba, Mosqueiro e Outeiro oferecem praias de água doce, igarapés e uma amostra autêntica da vida ribeirinha. Confira informações sobre como chegar e o custo médio das passagens:

A travessia ao Combu permite ao visitante desfrutar de uma paisagem icônica que mostra, de um lado, a metrópole de concreto, e de outro, s vida ribeirinha na floresta amazônica — Foto: Tarso Sarraf/O Liberal

A travessia ao Combu permite ao visitante desfrutar de uma paisagem icônica que mostra, de um lado, a metrópole de concreto, e de outro, s vida ribeirinha na floresta amazônica — Foto: Tarso Sarraf/O Liberal

Ilha do Combu: natureza e gastronomia

A travessia de Belém para o Combu dura em média 15 minutos, e é feita por embarcações que saem de um pequeno porto na praça Princesa Isabel, no bairro da Condor, em Belém. Graças à proximidade, o acesso ao local tem um preço acessível e é bastante simples – basta atravessar o rio Guamá. A travessia custa de R$ 10 a R$ 15 por pessoa.

A viagem permite que o visitante desfrute de uma das paisagens mais simbólicas da região: de um lado, a metrópole com seus arranha-céus de concreto, de outro, a magnifica floresta amazônica.

Dona Nena recepciona os visitantes com as delícias produzidas em sua fábrica de chocolates localizada na floresta — Foto: Taymã Carneiro / g1 Pará

Dona Nena recepciona os visitantes com as delícias produzidas em sua fábrica de chocolates localizada na floresta — Foto: Taymã Carneiro / g1 Pará

No Combu, há diversos restaurantes regionais que servem pratos típicos amazônicos, além da famosa fábrica de chocolate artesanal da Dona Nena, onde é possível ver de perto o processo de produção do cacau ao chocolate.

Macron na Amazônia: líder da França visitou o Combu e conheceu os chocolates selvagens da Ilha — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Macron na Amazônia: líder da França visitou o Combu e conheceu os chocolates selvagens da Ilha — Foto: Reprodução/Redes Sociais

A Casa do Chocolate da Dona Nena, que produz chocolates artesanais utilizando cacau orgânico cultivado na região amazônica, segue os princípios da agricultura familiar e sustentável, valorizando o trabalho dos agricultores locais e preservando o meio ambiente. Os chocolates da Dona Nena são considerados uma verdadeira experiência gastronômica, com sabores intensos e marcantes que conquistam até os paladares mais exigentes - e já foi visitada pelo presidente da França, Emmanuel Macron, que levou para casa delícias produzidas no local.

A Samaúma da Vida, com mais de 40 metros de altura e cerca de 20 metros de circunferência, é outro ponto turístico popular na Ilha do Combu, onde os turistas podem admirar sua grandiosidade e beleza natural, além de aprender mais sobre a cultura e a história da região.

Vista aérea da Praia Vai Quem Quer, em Cotijuba, a mais movimentada da Ilha — Foto: Marcio Nagano/O Liberal

Vista aérea da Praia Vai Quem Quer, em Cotijuba, a mais movimentada da Ilha — Foto: Marcio Nagano/O Liberal

Cotijuba: tranquilidade e natureza deslumbrante

Localizada às margens da Baía do Marajó, a Ilha de Cotijuba fica a uma hora de barco do porto de Icoaraci, distrito de Belém. São aproximadamente 60 km² e uma extensão de 20 quilômetros de praias quase que intocadas. Há mais de 10 praias espalhadas pela costa da ilha, todas de água doce e quente.

Na ilha não há carros e nem grandes construções; ela é muito preservada. Desde o ano de 1990, ela encontra-se sob decreto e é uma área que tem Proteção Ambiental, e se tornou uma verdadeira referência em relação à manutenção completa do ecossistema.

Ruínas do Educandário: arquitetura de Cotijuba conta parte importante da história de Belém — Foto: Cristino Martins/O Liberal

Ruínas do Educandário: arquitetura de Cotijuba conta parte importante da história de Belém — Foto: Cristino Martins/O Liberal

Chega-se à ilha apenas de maneira fluvial, com linhas de barco que saem diariamente da capital. Durante o trajeto é possível apreciar paisagens naturais lindas, natureza viva e a vida ribeirinha. A passagem de barco custa entre R$ 10 e R$ 20 por pessoa.

Ao chegar na ilha, você logo verá as ruínas do Educandário Nogueira de Farias. O prédio, construído em 1933, funcionava como uma escola para reeducação de menores infratores. Depois de alguns anos, o local se tornou uma penitenciária, a primeira do Pará. Por isso, Cotijuba passou a ser conhecida como "A ilha do Presídio", ou seja, a "Alcatraz" do Pará, uma referência à um presídio norte-americano construído em uma ilha. A penitenciária foi desativada em 1977.

Outra curiosidade que se revela logo na chegada é ausência de carros. Os veículos foram proibidos de circular na ilha durante a década de 1990. Os meios de transporte são mototáxis, motorrete (estilo charretes só que em vez de cavalos, são com motos), charretes e bondinho (um tratorzinho puxando um ou dois vagões de passageiros).

Sem automóveis circulando na Ilha, Cotijuba dispõe de meios de transportes diferentes para levar turistas até as praias:  acima, uma motorrete - como foi batizado o veículo improvisado com uma motocicleta acoplada a uma carroceria que comporta seis passageiros — Foto: Marcio Nagano/O Liberal

Sem automóveis circulando na Ilha, Cotijuba dispõe de meios de transportes diferentes para levar turistas até as praias: acima, uma motorrete - como foi batizado o veículo improvisado com uma motocicleta acoplada a uma carroceria que comporta seis passageiros — Foto: Marcio Nagano/O Liberal

Com cerca de 8 mil habitantes, o clima sossegado da vida simples é um atrativo muito especial para quem visita a ilha. A praia mais popular é a “Vai-Quem-Quer”. As praias da “Flexeira” e “Praia da Pedra Branca” são mais afastadas. Já as praias do "Farol", "Cravo" e "Saudade" são bem procuradas e mais próximas da Praça do Porto.

A Ilha de Cotijuba apresenta seu turismo de base comunitária de maneira criativa e sustentável. Na comunidade de Pedra Branca, na Ilha de Cotijuba, esse movimento coletivo está sendo aperfeiçoado cada vez mais pelos moradores da comunidade. A região é rica em recursos naturais, desde raízes, frutas, plantas, pedras, folhas, tudo é usado como matéria-prima no desenvolvimento de produtos feitos pelos artesãos. A criação de abelhas possibilita também o uso do mel para várias finalidades, inclusive na culinária local.

Praia do Farol, em Mosqueiro — Foto: Oswaldo Forte

Praia do Farol, em Mosqueiro — Foto: Oswaldo Forte

Mosqueiro: praias de água doce com ondas e infraestrutura

A cerca de 1h30 de carro ou ônibus de Belém, a ilha de Mosqueiro possui mais de vinte praias entre faixas de areia à beira-rio e igarapés. A ilha é o destino favorito para aqueles que buscam praias com infraestrutura e oferece uma variedade de bares, restaurantes e hotéis.

A passagem de ônibus urbano para a ilha custa a partir de R$ 6,50 por pessoa. As passagens de ônibus dentro do Terminal Rodoviário de Belém, administradas pela linha COOPETPAN, custam cerca de R$ 15. Já as passagens de barco no Terminal Hidroviário de Belém custam R$ 10 nos dias úteis e nos fins de semana custa R$ 20.

Tapiocaria de Mosqueiro oferta cardápio com dezenas de sabores de recheios — Foto: Ray Nonato/Amazônia Hoje

Tapiocaria de Mosqueiro oferta cardápio com dezenas de sabores de recheios — Foto: Ray Nonato/Amazônia Hoje

Uma parada obrigatória na ilha é a famosa Tapiocaria do Mosqueiro, localizada na Praça Matriz. São inúmeros sabores de tapiocas recheadas, doces e salgadas.

As praias são os maiores atrativos da Ilha de Mosqueiro. São mais de vinte praias entre faixas de areia à beira-rio e igarapés. Uma boa pedida para relaxar, tomar um bom banho e ainda saborear a culinária paraense é a Praia do Paraíso, no extremo norte da ilha. Vizinha à Praia do Paraíso, a Praia do Marahu tem visual mais rústico e cercado por verde.

Nas praias do Marahu e Cachimbo, atletas e veranistas praticam surfe. — Foto: Neto Soares

Nas praias do Marahu e Cachimbo, atletas e veranistas praticam surfe. — Foto: Neto Soares

Já a parte mais urbana da ilha revela o reduto favorito dos turistas e moradores: a Praia do Chapéu Virado. Com boas ondas, ampla faixa de areia, diversos quiosques e comércio à beira-rio, a Praia do Chapéu Virado é ideal para quem gosta de ficar em meio ao agito. A Praia do Farol é ótima para fugir do agito e, ao mesmo tempo, estar bem pertinho do centro da Ilha do Mosqueiro. Nas praias do Marahu e Cachimbo, atletas e veranistas praticam surfe.

Praia Grande, em Outeiro — Foto: Cristino Martins/ O Liberal

Praia Grande, em Outeiro — Foto: Cristino Martins/ O Liberal

Outeiro: o bate-volta mais acessível

A Ilha de Caratateua, popularmente chamada de Outeiro, é uma boa opção para um bate e volta da praia. Situada a cerca de 25 km do centro de Belém, a ilha tem fácil acesso por meio de uma ponte, com viagem que leva cerca de 50 minutos. Com praias de água doce e preços de transporte acessíveis, o balneário é bastante procurado não apenas durante os finais de semana das férias, mas ao longo do ano.

A viagem pode ser feita de carro particular ou de ônibus, que parte da Praça do Operário, localizada em frente ao Terminal Rodoviário de Belém. A passagem de ônibus até Outeiro custa em torno de R$ 5 a R$ 10 por pessoa.

Banhada pelas águas turvas da baía do Guajará, as praias de Brasília, Amor e Vai-Quem-Quer são populares entre os visitantes.






Fonte: g1