Morreu, nesta segunda-feira (10), em São Paulo, a torcedora do Palmeiras que havia sido ferida em um tumulto nos arredores do Allianz Parque, no jogo entre Palmeiras e Flamengo, disputado no último sábado (8).
Gabriela Anelli, de 23 anos, estava internada em estado grave na UTI da Santa Casa de São Paulo após ter sido atingida no pescoço por uma garrafa. A informação do falecimento foi divulgada por familiares da jovem nas redes sociais.
O pai da vítima afirmou a jornalistas nesta segunda que a diversão de Gabriela era assistir aos jogos do Palmeiras.
“A diversão dela era essa [assistir o Palmeiras], de final de semana, nas viagens que ela fazia. Ela gostava do Palmeiras. A vida dela era essa”, disse Ettore Amarchiano Neto.
Já a mãe e o avô de Gabriela ressaltaram que a filha era uma “lutadora” após ter passado por alguns problemas de saúde durante sua vida.
“Gabriela sempre foi minha luz, minha vida, a minha menininha. Lutadora desde pequena com um problema de saúde, que lutou até os últimos momentos. Ela tinha tudo pra viver”, falou Dilcilene Prado.
“A Gabriela teve problemas desde pequena. Ela teve que fazer cirurgia no coração quando jovem, cirurgia nos rins por causa de problemas que ela teve. Problema de pulmão também. Mas ela foi uma guerreira. Chegar aos 23 anos com todos os problemas que ela tem, lutou mesmo”, completou Luiz Henrique Neri, avô de Gabriela.
Confusão nos arredores do Allianz
Segundo a Polícia Militar, o tumulto começou quando dois torcedores flamenguistas entraram em uma das ruas que dá acesso ao portão “A” do estádio palmeirense, o que gerou a insatisfação de torcedores alviverdes que assistiam ao jogo em estabelecimentos comerciais na área externa do Allianz Parque.
“Os torcedores palmeirenses passaram a perseguir os torcedores rivais no intento de agredi-los”, afirmou a PM em nota.
Além de Gabriela, outro torcedor também ficou ferido. Um homem foi preso em flagrante.
Clubes se solidarizam
Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos postaram notas em suas redes sociais se solidarizando com a família de Gabriela Anelli
Os clubes grandes paulistas pedem por uma conversa sobre o fim da impunidade dos criminosos e fazem um apelo às autoridades: “É preciso que todos os envolvidos no esporte restauremos a paz e a força afetiva da prática esportiva”.
Confira a nota na íntegra:
“Os quatro clubes de maior torcida de São Paulo se solidarizam à família de Gabriela Anelli neste momento de dor imensa. Assim também abraçamos a todos os torcedores, familiares, atletas, profissionais e apaixonados por futebol entristecidos por mais este lamentável episódio.
Que este caso revoltante não seja em vão. É urgente uma conversa definitiva sobre o fim da impunidade de criminosos que, vestidos com as cores de um clube o qual não representam, cometem atos tenebrosos, como temos visto todas as semanas, infelizmente.
É preciso que autoridades e todos os envolvidos no esporte – em São Paulo, no Rio de Janeiro e todo o Brasil – restauremos a paz e a força afetiva da prática esportiva.
Nós, atletas, comissões técnicas e torcedores queremos ver arenas e estádios sem medo, sem violência, sem discriminação nem intolerância, com uma rivalidade sadia e justa nos gramados, num ambiente no qual prevaleça a alegria, traço tão marcante do futebol brasileiro.”