Harry Belafonte, grande ícone do século 20, morreu nesta terça-feira, aos 96 anos vitimado por uma insuficiência cardíaca congestiva. O cantor, ator e ativista por diversas causas de relevo ficou famoso por apresentar para o grande público ritmos como o calypso e o mento. Nascido em Nova York de pais jamaicanos o artista atingiu o megaestrelato na segunda metade dos anos 50. "Calypso", seu álbum de 1956, foi o primeiro LP de um só artista que vendeu um milhão de cópias nos EUA.

Seu maior sucesso foi "The Banana Boat Song (Day-O)", uma canção tradicional jamaicana que, com novo arranjo criado também por ele, se tornou um enorme, e perene, hit global chegando ao quinto lugar nos EUA e em segundo no Reino Unido.


Belafonte sempre esteve à frente de grandes causas civis - ele foi amigo e confidente de Martin Luther King. Nos anos 80 Harry tomou parte do projeto USA For Africa, sendo convidado a participar do coro em "We Are The World" e ainda teve um papel discreto na popularização do hip-hop como produtor do filme "Beat Street" (1984).

Ele também trabalhou em uma série de filmes tendo sido dirigido por nomes como Robert Wise e Otto Preminger. Desiludido com a baixa qualidade dos papéis que lhe eram oferecidos, Belafonte preferiu focar seus esforços na música a partir de 1959, ainda que tenha voltado a atuar na década de 70.


Sua última aparição no cinema foi em "Infiltrado na Klan", o sucesso de Spike Lee, onde apareceu em um pequeno papel como Jerome Turner, um homem já idoso que relembra um dos mais tenebrosos linchamentos já ocorridos na história dos EUA, o do jovem Jesse Washington, em 1916.

No dia das filmagens, Lee pediu para que toda a sua equipe usasse ternos e vestidos de gala como forma de honrar a figura sempre imponente de Harry Belafonte.


Fonte: Vagalume