Testemunhas relataram desentendimento entre mulher e namorado em posto de gasolina.
A mulher que foi encontrada morta às margens da BR-116, em Feira de Santana, cidade a cerca de 100 quilômetros de Salvador, foi vista chorando antes do crime. Essa foi a informação dada por testemunhas à Polícia Civil, conforme a delegada Klaudine Passos, responsável pelas investigações do caso.
As últimas imagens registradas antes do sumiço de Gabriela foram feitas por câmeras de segurança de um posto de combustível. "A senhora Gabriela sai chorando do veículo [dela] e abraça o senhor Antônio Marcos. Em seguida, eles saem do local e vão até um estabelecimento na Avenida Fraga Maia. Posteriormente, o carro é visto na BR-116, por volta das 1h40, retornando por volta das 2h", disse.
Conforme a delegada, os frentistas do estabelecimento que estavam no local já prestaram depoimento, mas outras pessoas, entre elas uma amiga da vítima, ainda precisam ser ouvidas.
A Piataense Gabriela Jardim Peixoto, 35 anos, encontrada morta na tarde de sábado (28), em Feira de Santana, estava há quatro anos com o suspeito do crime, o médico Antônio Marcos Rêgo Costa. Câmeras de segurança de um posto da cidade flagraram a vítima na companhia do médico, na tarde de domingo (22) - dia em que Gabriela desapareceu.
Após seis dias de buscas, familiares reconheceram o corpo dela em uma área de mata, às margens da BR-116, no sábado. Ela estava descalça e sem as roupas da cintura para cima. O cadáver, já em estado de decomposição, vestia apenas uma calça jeans. O carro da administradora, modelo Honra HR-V, havia sido encontrado Avenida Presidente Dutra, dias antes.
Titular da 1ª Delegacia Territorial (DTE), a delegada Klaudine Passos Silva, responsável pelas investigações, confirmou que o médico é suspeito do crime e ainda não foi ouvido porque não se encontra na cidade. A delegada afirma que o caso pode se confirmar como um feminicídio.
"Não descartamos nenhuma hipótese. Desde o início das investigações, as pistas já apontavam para esse desfecho [morte]. No sábado, fizemos uma varredura na mata e a encontramos". A delegada afirmou que a investigação está 90% concluída e consistiu no testemunho das pessoas que estiveram com o casal no dia do desaparecimento. "Estamos na fase do pedido das medidas cautelares e eu não vou dar maiores detalhes para preservar o inquérito".
Gabriela foi enterrada na manhã de domingo (29), no município de Piatã, na Chapada Diamantina. Devido ao estado do corpo, não houve velório. Pai da filha da vítima, o administrador Osvaldo Peixoto disse à reportagem que a filha do casal, uma garota de 12 anos, já foi informada da morte da mãe. Ele, que foi casado com Gabriela por dez anos, comentou que a notícia arrasou a família, que agora concentra esforços para acolher a menina.
"Minha filha morava com ela em Feira. Assim que a mãe sumiu, me ligou chorando, sentindo falta. Fui imediatamente até lá. Infelizmente, veio essa confirmação. Graças a Deus, nós criamos uma filha de um jeito muito saudável e ela me surpreendeu, está lidando com tudo com muita maturidade", diz ele, que estava separado de Gabriela há quatro anos.
Quatro anos, segundo Osvaldo, era o tempo que a ex-mulher tinha de um relacionamento com o médico clínico Antônio Marcos. À reportagem, ele conta que não sabe detalhes de como era o relacionamento do casal. Já a própria relação com a ex-mulher, reforça, era amistosa. "Uma pessoa muito querida, uma amiga mesmo". A filha do casal foi trazida para Salvador, onde está aos cuidados da família do pai.
Ainda segundo Osvaldo, no atestado de óbito de Gabriela consta a morte com "causa indeterminada".
Fonte: Metro 1